Integração de Tecnologias e Currículo
O currículo constituiu um dos fatores que maior influência possui na qualidade do ensino. Este aparente consenso esconde um equívoco. Não existe uma noção, mas várias noções de currículo, tantas quantas as perspectivas adaptadas O currículo continua a ser freqüentemente identificado, com o "plano de estudo". Currículo significa, neste caso, pouco mais do que o elenco e a seqüência de matérias propostas para um dado ciclo de estudos, um nível de escolaridade ou um curso, cuja freqüência e conclusão conduzem o aluno a graduar-se nesse ciclo, nível ou curso.
Mas o currículo não é apenas planificação, mas também a prática em que se estabelece o diálogo entre os agentes sociais, os técnicos, as famílias, os professores e os alunos. O currículo é determinado pelo contexto. O currículo reflete todas as experiências em termos de conhecimento que serão proporcionadas aos alunos.
São fundamentais as contribuições das tecnologias ao desenvolvimento do currículo, quando o professor tem objetivos claros na sua utilização, conhece os recursos que utiliza e integra-os ao seu projeto curricular. Esta integração potencializa mudanças na aprendizagem, no ensino e na sala de aula, redimensionando o papel da escola e do professor, através do uso das tecnologias no desenvolvimento de projetos com os alunos, transformando a sala de aula em um espaço que enfatiza a construção e a reconstrução de conhecimentos por meio de interações e de reflexões e que contribui na formação de cidadãos conscientes e participantes, contínuos aprendizes, que tenham autonomia na busca e na seleção de informações, na produção de conhecimentos para resolver problemas da vida e do trabalho e que sejam capazes de aprender ao longo da vida.
A efetiva integração das tecnologias no currículo é responsabilidade do professor. É aí que entra o diferencial que só pode ser elaborado e executado pelo professor, seguindo os planos educacionais básicos pré-estabelecidos em lei. O mestre é que fará o entendimento e o uso das tecnologias adaptadas ao currículo conforme a sua visão, adaptando e frisando a importância do desenvolvimento da capacidade de pensar, aprender e interagir, inerente ao ser humano e essa tecnologia precisa estar à mão para a produção de conhecimento dos alunos à medida que surja a necessidade. Neste caso, é preciso haver um planejamento de projetos.
O currículo da sala de aula não é apenas o prescrito. Ele se desenvolve do que emerge das experiências de alunos e professores, do diálogo entre eles. Nesse sentido, o uso das TICs pode auxiliar muito porque, quando é desenvolvido um currículo mediatizado, é feito o registro dos processos e com essa base é possível identificar qual foi o avanço do aluno, quais as suas dificuldades e como intervir para ajudá-lo. Isso é pouco aproveitado ainda.
As atitudes e o encaminhamento pedagógico do professor no sentido de desenvolver projetos no âmbito do currículo requer atualização da parte dele e familiarização com as tecnologias, para que então ele possa analisar o currículo e inserir o uso das mesmas em suas práticas pedagógicas. Ao levar em conta a proposta curricular, os interesses do aluno, as possibilidades de uso das tecnologias, o professor irá propor que uma nova prática de sala de aula se realize através de projetos. Professor e alunos participam de um processo de produção do “saber”, são co-autores de projetos quando a participam juntos da elaboração, execução e avaliação das idéias e práticas adotadas. Assim, as tecnologias servem de suporte para a prática pedagógica adaptada ao currículo.
Acredito que as mudanças desejadas e necessárias na educação, devem começar, por uma séria e ampla discussão em relação aos currículos, envolvendo toda a comunidade escolar.
Referências:
Guia do cursista – pág: 151,165,173,183.